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Prevenção de alergias nas crianças passa pela amamentação ou por fórmulas hipoalergénicas

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Lisboa
  • A demasiada higienização é a teoria mais recente sobre o aumento da prevalência das alergias nos países em desenvolvimento
  • Exposição precoce a alergénios alimentares como o leite de vaca ou o ovo e ao fumo do tabaco aumentam o risco alérgico

O aleitamento materno durante os primeiros seis meses de vida, tal como recomenda a Organização Mundial de Saúde, é a melhor prevenção para as alergias. Este é um alimento que contém proteínas de origem humana que são inofensivas ao bebé. Quando a amamentação não é possível, a escolha de uma fórmula infantil hipoalergénica (H.A.) é uma opção que pode reduzir em 55% o risco de desenvolver alergias. Nestes casos, a proteína é quebrada (hidrolisada) em porções mais pequenas e torna a fórmula com um potencial alergénico muito inferior. Estas conclusões são fruto de um estudo que avalia 18 artigos científicos elaborado por cientistas norte-americanos Alexander DD e Cabana MD e publicado no “Journal of Pediatric Gastroenterology and Nutrition”.

Estas conclusões são tanto mais importantes quando em Portugal, a incidência das doenças alérgicas tem vindo a aumentar nos últimos anos. De acordo com o estudo mundial que analisa estas patologias em 105 países - The International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC)- e que se debruçou, em 2011, na incidência de alergias na Região da Grande Lisboa, concluiu-se que 41,9% das crianças sofreram, no último ano, de uma doença alérgica que se pode manifestar através de um eczema atópico ou dermatite atópica; rinite alérgica ou conjuntivite, asma alérgica ou alergia alimentar. De acordo com um segundo estudo no âmbito do ISAAC – “20 anos em Portugal” -, 29% das crianças portuguesas sofrem de rinite, uma manifestação alérgica que tem vindo a aumentar.

Fatores de risco
Apesar da história familiar de alergias ser um fator importante na manifestação da doença, outras condições ambientais podem agravar o risco do desenvolvimento de alergias. A exposição precoce ao leite de vaca, frutos secos, ao ovo ou ainda fumo do tabaco, aumentam o risco de sensibilização alérgica. A proteína do leite de vaca é um dos alergénios alimentares mais frequentes na infância. A nutricionista Helena Canário, do Nestlé Nutrition Institute explica porquê: “Esta proteína tem um formato diferente da proteína humana e tem um elevado potencial agressor de desencadear uma resposta alérgica”. Entidades de referência em pediatria, como a “American Academy of Pediatrics” ou a “European Society for Paediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition”, são unânimes em aconselhar uma fórmula infantil hipoalergénica (H.A.) para a prevenção alérgica e reforçam que, como nem todas as fórmulas H.A. são iguais, deverá procurar-se uma fórmula com resultados clinicamente comprovados por estudos científicos.

Do ‘simples’ eczema à asma
O eczema atópico ou dermatite atópica, rinite alérgica ou conjuntivite, asma alérgica ou alergia alimentar são consideradas as principais manifestações de doença alérgica na infância. As reações alérgicas à alimentação são as que ocorrem mais precocemente - ainda nos primeiros meses de idade - muitas vezes provocados por uma sensibilização precoce à proteína do leite de vaca. Em 50% dos casos, estas reações evoluem para uma asma alérgica numa idade pré- escolar, uma manifestação alérgica mais grave que pode ser evitada com uma prevenção eficaz.

Para mais informações consultar os estudos nos links em baixo:

http://www.spp.pt/Userfiles/File/App/ARTIGOS/28/ 20111031155000_Supl_II_Acta_Pediat_Vol_42_N5.pdf

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20216095